Disco do mês, Lana Del Rey "Born To Die"

Elizabeth Grant é o nome original de Lana Del Rey, uma cantora candidata a nova musa do pop vindo de Nova York, ainda que tenha despertado uma certa controvérsia quanto a suas pretensões artisticas. Diz que adora brincar com essa coisa de ser artista e não se deixa desanimar pelas críticas negativas com seu nome. De certo que existe um traço bem caracteristico, se não na sua voz de moça recatada, mas no seu canto, que a aproxima de muitas de suas contemporâneas mais roqueiras. Em "Born To Die", sua estréia nos discos, identificamos um fio condutor que perpassa quase que a totalidade das canções que, na sua maioria, são músicas existenciais saídas da mente (ou do coração) de uma garota timida, tentando encontrar seu lugar ao sol num mundo de gigantes. É um album de impressões acerca do amor e suas desventuras que, segundo a cantora, é inspirado em um relacionamento marcante em seu passado. Daí é que surge uma torrente de apelos passionais em forma de música. Caso da música título que abre o disco evocando emoções fortes e convidando o amado para morrerem juntos. Entre arranjos eletrônicos e samplers de rastamans aqui e ali, Lana Del Rey segue seu calvário, frágil, mas determinada. Ataca de rapper em "National Anthem", e arremata uma interpretação jazzística inesquecível em "Million Dollar Man", um dos grandes, talvez o melhor momento do disco certamente. "Blue Jeans", que já era conhecida desde 2011, convenceu seus admiradores mais fervorosos mesmo antes do lançamento...Ela canta que o amará até o fim dos tempos mais que qualquer vadia o amou antes, ele, seu James Dean. Del Rey sabe aproveitar as melhores influências de que dispõe, como em "Dark Paradise" e "Off To The Races", que nos lembra os melhores momentos de Tori Amos e Dido, respectivamente. Por fim, "Summertime Sadness", por sinal a sua preferida, tem sobreposições vocálicas que nos remete a Sinead O'Connor. "Born To Die" promete figurar entre os melhores de 2012 e já era o disco mais vendido do ano até Fevereiro, ficando em primeiro lugar em onze países. Talvez isso não diga muita coisa para alguns, mas mostra que "Born To Die" pode ser a porta de entrada que levará essa garota de 25 anos rapidamente da puberdade à maturidade musical. Nota 7.8

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